terça-feira, 30 de outubro de 2012

O outro lado do ‘mensalão’

“Já que se há de escrever, que pelo menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas”. Sabedoria poética da grande Clarice Lispector. A verdade está muito mais no ‘não-dito’; dizem os psicanalistas. E é a partir dessa constatação que quero falar a respeito desse tema tão complexo e tão em voga: a Ação Penal 470 ou, como ficou conhecida, o “mensalão”. O que está por trás de todo esse alarde? Será que estamos entendendo bem, ou somos uma inocente plateia de um grande circo armado no picadeiro do Brasil?
O julgamento no STF dos envolvidos no “mensalão” tem muito mais coisas do que podemos imaginar. Milhões de brasileiros estão embarcando inocentemente numa canoa preparada por uma elite conservadora do País, que não aceita o povo no ‘Planalto’ por entender que o lugar deste é na planície. Não é à toa que, quando Lula foi eleito Presidente, alguém disse: “finalmente chegamos ao poder!”, ao que um experiente militante retrucou: “chegamos ao poder não, chegamos ao governo, pois o poder ainda continuará nas mãos de quem sempre o teve (os detentores do capital)”.
Nunca fui filiado ao PT e sei que há muitos corruptos também nesse partido. Torço para que todos, onde quer que se encontrem, sejam julgados e, comprovada sua culpa, punidos exemplarmente. Porém, defendo que a justiça seja para todos, sem distinção. E sei que isso não está acontecendo.
Sob os holofotes da mídia, os ministros do STF bradam solenes: trata-se de um “assalto criminoso à administração pública”, “uma quadrilha de ladrões de beira de estrada”, um “bando criminoso”. Para muitos da imprensa, “Lula é o chefe da quadrilha”.  O julgamento foi transformado num espetáculo midiático.
Neste contexto, ao longo destes quase três meses de julgamento, alguns questionamentos nos vêm inevitavelmente. Primeiro: Por que a rapidez para que o julgamento saísse às vésperas das eleições? Segundo: por que o “mensalão” do PSDB, em Minas, que é anterior ao do PT, ainda não foi julgado? Terceiro: por que, em outros casos tão graves quanto a AP 470, o STF não agiu da mesma forma?
Vários pensadores têm refletido sobre a ideologia que perpassa o processo do “mensalão”. Leonardo Boff, por exemplo, chama a atenção para a linguagem usada pelos ministros. Para ele fica claro que o grande objetivo é desmoralizar um governo popular, eleito democraticamente, e que melhorou consideravelmente a qualidade de vida do povo brasileiro.
O Professor Fábio Konder Comparato, por sua vez, questiona por que os grandes empresários não sentam no banco dos réus. Em artigo sobre o “mensalão”, escrito para o Brasil de Fato, diz: “E os grandes empresários? Bem, estes parecem merecer especial desvelo por parte dos magistrados. Ainda recentemente, a condenação em primeira instância por vários crimes econômicos de um desses privilegiados, provocou o imediato afastamento do Chefe da Polícia Federal, e a concessão de habeas-corpus diretamente pelo presidente do Supremo Tribunal, saltando por cima de todas as instâncias intermediárias”.
Recorda, ainda, que alguns Ministros do Supremo Tribunal Federal declararam que os crimes denunciados no “mensalão” são “gravíssimos”. Mas chamados a votar a revisão da lei da anistia, “não consideraram como dotados da mesma gravidade os crimes de terrorismo praticados pelos agentes da repressão: tortura de presos políticos, muitas vezes até à morte, execução sumária de opositores ao regime, com o esquartejamento e a ocultação dos cadáveres”.
Para Ramatis Jacino, professor da USP, a questão passa pelo fato de Lula ter sido presidente e ter realizado muitas mudanças no país. Ele lembra que as elites não irão jamais “digerir” o fenômeno Lula. É necessário “desconstruir um governo e um ex-presidente que os incomoda profundamente”. Um governo que conseguiu “elaborar o maior programa de transferência de renda do mundo, construir mais de um milhão de moradias populares, criar 15 milhões de empregos, quase triplicar o salário mínimo e incluir no mercado de consumo 40 milhões de pessoas”.
Ao elevar o salário mínimo a mais de 300 dólares e implementar políticas de inclusão social, Lula possibilitou a muita gente ter sua casa própria, comprar seu carro, ir ao salão de beleza, passear nas férias!… Claro que há ainda muita coisa a melhorar, a corrigir, a conquistar. Mas como negar tantos avanços?!
O Brasil passou a ser respeitado lá fora a ponto de seu presidente ser mais esperado no Fórum Mundial, na Suíça, do que o norte-americano, que o chamou de “o cara”. Quem poderia imaginar algo assim?
Muitos reclamam que os projetos sociais são assistencialistas. E alguns são mesmo. Porém, nunca se incentivou tanto a participação cidadã, por meio de cooperativas e associações; conferências e Conselhos. Dizem que estão deixando o povo acomodado com o ‘bolsa-família’. Mas não reclamam dos milhões distribuídos a banqueiros e empresários ‘falidos’.
A valorização da mulher é outra marca do governo Lula cujo sinal mais evidente é a própria Dilma, eleita a primeira mulher presidente do Brasil. Numa sociedade machista e preconceituosa, ela precisou de Lula para chegar lá. Mas, logo depois, mostrou a que veio e que não precisava de padrinho, de sombra. Assumiu soberanamente seu cargo e conta com uma aprovação maior do que a de seu antecessor.
Os negros também foram mais reconhecidos. O próprio Joaquim Barbosa confirma isso ao se tornar o primeiro ministro negro do STF, nomeado por Lula. Apesar do seu “extraordinário currículo profissional e acadêmico, da sua carreira e bela história de superação pessoal, afirma Ramatis Jacino, jamais teria se tornado ministro se o Brasil não tivesse eleito, em 2003, um Presidente da República convicto de que a composição da Suprema Corte precisaria representar a mistura étnica do povo brasileiro”.
A despeito disso, continua Ramatis, o ministro Barbosa, “cumpre exatamente o roteiro escrito pela grande mídia ao optar por condenar não uma prática criminosa, mas um partido e um governo em um julgamento escandalosamente político… Por causa ‘desses serviços prestados’ é alçado aos céus pela mesma mídia que, faz uma década, milita contra todas as iniciativas promotoras da inclusão social”. É, desta forma, “transformado pela mídia em um semideus, que ‘brandindo o cajado da lei, pune os poderosos’”.
Ramatis, no entanto, alerta: muitos que já o lançam, sobretudo nas redes sociais, como primeiro presidente da República negro, podem estar sendo ingênuos e apressados. O seu prestígio dura o tempo que as elites o considerarem a elas favorável e útil, o mais indicado para desmoralizar um governo popular.
Ao que parece, o povo está conseguindo fazer uma leitura de tudo isso. Percebe a distância entre o discurso do STF e da grande mídia e o que está experimentando na prática. O resultado das eleições sinaliza nessa direção. Mas é sempre bom estar de olhos abertos para não engolir tudo o que nos vem de cima. Os detentores do poder têm muita facilidade para nos fazer seus garotos-propaganda, aplaudindo os que nos exploram e rejeitando os parceiros. Há sempre o outro lado da moeda…
Pe. José Antonio de Oliveira

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

CNBB lembra dom Luciano Mendes de Almeida



É impossível pensar na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sem recordar a figura do Arcebispo de Mariana (MG), dom Luciano Mendes de Almeida. Na entidade, ele foi Secretário Geral por dois mandatos (1979-1986) e Presidente, também por dois mandatos (1987-1995).
Em outro momento, foi membro da Comissão Pontifícia Justiça e Paz (1996-2000) e da Comissão do Secretariado para o Sínodo (1994-1999). Foi também vice-presidente do CELAM (1995-1999). Eleito pela CNBB, foi delegado à Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a América, em 1997. Faleceu aos 27 de agosto de 2006.
Apresentamos uma parte do depoimento de dom Luciano no seminário sobre a presença pública da Igreja no Brasil, por ocasião dos 50 anos da CNBB, e publicado posteriormente pelo Instituto Nacional de Pastoral e por Edições Paulinas.
“Vejam, é interessante como certas vezes não é fácil falar. Isso vale inclusive sobre o que ouvi nesses dias. A minha abordagem sobre a CNBB é diferente. Ouvi, nesses dias, uma série de avaliações. Para mim, a CNBB é fruto de um grande amor. Eu dou e darei a minha vida pela CNBB. Como a mãe, é preciso ver menos os defeitos e mais as qualidades. Guardo da CNBB uma experiência luminosa, de amizade, de contatos, de lutas, às vezes, de provas muito grandes, mas tudo isso envolvido em muito amor. E essa nota do amor, essa unção, acho que não apareceu tanto nesses dias. É claro, cada um tem o seu jeito de abordar a questão. Considero o tempo na CNBB, um tempo de enormes graças espirituais – as pessoas que conheci, a abertura de coração, as experiências sofridas de prisão, de perseguição, contatos com o governo. Lembro-me de dom Oscar Romero … É muito difícil para mim, no contexto das colocações desses dias, de repente, acrescentar alguma coisa que vem de uma perspectiva que é muito do coração, o que não tira, creio, a vontade de ser objetivo.
Até hoje, entretanto, conservo da CNBB uma intensidade de afeto que volta muitas vezes a mim, quando faço oração sobre a vida, sobre as pessoas que conheci, os contatos que tive. Vocês ouviram dom Ivo! Minhas palavras inserem-se entre dom Ivo e dom Celso; vivi todo o tempo, secretário de um, e ao lado do outro quando ele era secretário. Vocês podem imaginar o que significam dezesseis anos de convivência fraterna! É muita coisa. É muita lembrança. São muitos fatos!
Então, é possível até escolher alguma coisa. Mas, para que não volte o aspecto muito pessoal, gostaria que a gente falasse da CNBB, não só com respeito, mas com “paixão”, porque é uma realização que vem de Deus. A união que houve, embora seja uma união sofrida e, às vezes, com aspectos dolorosos, é uma união milagrosa em momentos-chave: união com os bispos, união com a Santa Sé, união com os padres; experiências de união com os 55.000 religiosos do Brasil, e com os leigos!
Hoje, vamos descobrindo certos aspectos mais fortes da presença e atuação do laicato, mas a CNBB sempre, pelo menos nesses anos em que servi em Brasília, teve as portas completamente abertas para todo mundo que entra e sai. Não havia distâncias, devido à amizade entre as pessoas.
A CNBB é a casa de todo mundo, a qualquer hora do dia ou da noite. Havia até um problema para a cozinha. Nunca foi uma casa fechada. Nunca ninguém apresentou documento para entrar na CNBB. Vocês sabem que é assim; uma casa que é de todo mundo, uma casa que é a casa da Igreja no Brasil.
Então, como vejo esses aspectos? Vejo assim com muita gratidão. É claro que quando se trata de dizer que um bispo foi renovador ou restaurador, respeito isso com carinho, mas não me sinto à vontade, porque é como a mãe dizer que tem um filho um pouco deficiente. Ela não fala isso, ela nunca fala, ela dá um beijo, e não se envolve com essas situações. Não queria que se fizesse uma análise fria da CNBB.
Acho que a CNBB foi um lugar de muita amizade, de muito amor, de muito perdão que vivi nesses anos. Afinal, são dezesseis anos!
Em primeiro lugar, acho que, quando a gente publicar as atas desse encontro, tem de haver um certo tom na publicação e alguma apresentação da CNBB como corpo “vivo”, quer dizer, como realmente uma comunhão e transparência, que nem sempre podem acontecer, mas que, de fato, muitas vezes aconteceram. Esta era a primeira coisa que eu gostaria de colocar em evidência.
A segunda é o fato de que a CNBB nunca foi gloriosa. Nunca foi, digamos, elogiada, nem pela Santa Sé, nem pelo CELAM. Ela foi e é uma Igreja sofrida, de modo que quem quiser servir na CNBB para ter um aplauso, uma profissão, não é assim! Quem serve na CNBB – acredito que hoje seja parecido – tem de ter colete a prova de balas e tem de ter um coração forte. Você recebe não só criticas, mas, às vezes, confidências e manifestações profundas que você tem que guardar dentro de si e administrar isso com fé e oração.
De modo que acredito que essa marca de uma “igreja sofrida” é uma glória para o Brasil, mas não a glória no sentido de todo mundo achar bonito. Não é assim. Quem conhece as cartas que a gente recebe, quem sabe o que vem dentro dessas cartas, quem ouve às vezes as recriminações. Lembro-me de que ao passar por Roma, em algum Dicastério, falando com alguns bispos, tinha que abaixar a cabeça, para ouvir repreensões, e fazia isso com muita humildade.
Creio que, se por um lado tenho pela CNBB, digamos assim, um amor “apaixonado”, por outro lado, é um amor sofrido! Não pensem que quem ocupa algum cargo, seja ele qual for, vai receber por causa disso uma espécie de medalha, como a do Sarney. Não vai.
Quero dizer a dom Ivo que, naquele dia em que o Presidente concedia medalhas, eu fui por causa de dom Helder. Dom Helder aceitou a medalha e foi, e pediu que eu fosse com ele, e eu fui. Fiquei muito insatisfeito porque o senhor, dom lvo, não foi e ele foi. O quê que eu ia fazer? Deixar dom Helder ir sozinho, também não dava. Mas então, é só para lhes dizer que a relação com o Governo, da minha parte, sempre foi, não digo dura, mas foi sofrida. Esperava três horas ou mais para falar com o Ministro da Justiça.
Foi no tempo da prisão dos padres franceses, que saí daqui para ir a Belém e não pude nem visitá-los. Tive que voltar para Brasília. Às vezes, tinha que sofrer uma fiscalização e ficar ali dando razões. Vivi esse tempo duro.
Então, quero lhes dizer que considero a CNBB realmente com grande amor. Não falo com linguagem poética. É um amor sofrido quando você ama uma pessoa que passa por uma prova. É essa a lembrança que eu tenho da CNBB.
Tive uma vantagem na minha vida. Em 1981, por causa do CELAM, quando era secretário, fiz parte da comissão que visitou os bispos da América Central. Foi uma missão que me deram. Vocês imaginem a situação da Guatemala, de El Salvador, Costa Rica, tudo, tudo, e falando horas com eles e compreendendo o sofrimento de dom Oscar Romero, por exemplo. Oh, meu Deus! Quanto padeceu dom Romero, com aquelas tensões que havia. Tudo isso eu vivi, e vivi, às vezes, numa situação muito difícil, de não poder nem falar com os outros. Então nós éramos quatro bispos fazendo essa visita a toda América Latina. Guardo uma imagem, uma lembrança e um afeto sofrido, e acho que essa é a marca do Cristo. Não queiramos uma CNBB gloriosa, reconhecida, vanguardeira, realizando esquemas. Vejam, toda a parte de planejamento é útil, tudo o que sofremos para elaborar diretrizes, custou muito trabalho, mas nada disso chega perto da dedicação, por exemplo, dos assessores! Quanta gente sofreu quando não falaram bem dos assessores! Quem de nós não sabe que são pessoas que dedicaram a vida inteira, horas a fio, de madrugada, trabalhando, dando a vida pela Igreja no Brasil, correndo de lá para cá. Vocês sabem, isso custou muito mais a nós que estávamos na presidência, do que se tivessem falado de nós. Primeiro, porque eram grandes amigos. Sempre foram. Mereciam confiança. Agíamos com a maior transparência. Eles não podiam, muitas vezes, se defender. Então foi, e ainda é, um momento difícil, que teve reflexos na nova legislação da CNBB.
Tudo isso não quer dizer que guardo uma lembrança triste daqueles anos. Não é triste, é sofrida, o que diferente. Você, muitas vezes, enfrenta o sofrimento com garra, e isso causa alegria.
Nosso grupo sempre enfrentou dificuldades. Vocês podem estar certos de que a gente nunca procurou uma compensação. Vocês sabem disso, e o maior exemplo para mim é dom Ivo, que podia ter tido o reconhecimento oficial da Igreja, muito maior do que ele teve, todos os merecimentos que ele tem, mas ele e a CNBB viveram uma época difícil.
Agora eu queria acrescentar duas grandes realidades que vejo.
A CNBB entra na história como um grande exemplo da presença de Deus. Porque nós, os bispos, somos tão diferentes uns dos outros. Vocês sabem disso. Mas houve uma convivência. Há uma convivência, que pode sofrer desgastes, mas nas horas mais duras estivemos juntos. Posso dizer a vocês que visitei uma grande parte dos bispos do Brasil naqueles anos, desde os bispos das áreas indígenas, mais sofridas, até aqueles que estavam passando por doenças. Estive com dom Avelar no dia em que recebeu a notícia do câncer. Depois, ia visitá-lo sempre que estava em São Paulo. Essas visitas fizeram a gente se conhecer melhor do que numa assembleia. Na assembleia, a pessoa pega o microfone e diz o que acha naquela hora, mas as conversas em clima de amizade são diferentes.
Uma vez eu cheguei a Pelotas para visitar dom Jayme. Edifiquei-me porque ele tinha para me dar apenas um pedaço de pão, e um gole de café, a tal ponto era a sua vida de pobreza. Nunca me esqueci disso.
E assim também eu estive no Nordeste. Hoje nós estamos comemorando aqui a data de Cajazeiras. O bispo de Cajazeiras, dom Zacarias, era um pobre total. Não tinha nada. Usava batina porque não tinha roupa em baixo.
Assim, há realmente um nível de relacionamentos entre pessoas que a história não conta, e que é mais importante, e é isso que faz a CNBB. É a ligação existencial, é o perdão quando a gente diz uma coisa errada, quando a gente, às vezes – eu me lembro – saía de uma assembleia, procurava o bispo e dizia: “O senhor me desculpe pelo que falei”. Às vezes a gente ia se confessar com ele naqueles dias de confissão comum: “O senhor me desculpe”.
Isso é uma coisa muita bonita e que talvez não exista em outros lugares. Pelo que eu conheço dos bispos dos Estados Unidos, Canadá, França, Espanha, Itália, convidado que fui naquelas épocas, como outros também, não era tão forte o tipo de relacionamento das pessoas. (…)
Fonte: CNBB

Processo eletivo


         Desde toda a eternidade, DEUS nos escolheu e nos selecionou entre milhões e soprou em nós o sopro da vida! ELE nos elegeu: somos filhos (as) especiais, escolhidos para nascer. Imagem e semelhança do SENHOR! Únicos, irrepetíveis, solidão ontológica! Frutos do Amor infinito do ALTÍSSIMO!
            Fomos criados para o Céu, para as coisas do “alto”! Feitos para altíssimos vôos!
            Muitas vezes, há correntes traiçoeiras. Entretanto, nas asas do ESPÍRITO SANTO, venceremos todas as intempéries, todas as barreiras.
            O SENHOR deu em nós, um voto de confiança, ao nos escolher para nascer!
            A nossa grande missão é colocar-se a serviço, como fez JESUS, que nos revela: “O Filho do Homem, não veio para ser servido, mas, para servir”. O que nos torna grandes é servir, pois, “Aquele que mais serve, será o maior”. Seremos enormes, quando nos fizermos pequenos e lavadores de pés!
            Aqueles que foram eleitos procurem servir o seu semelhante, com amor e ternura. E que todos nos tratemos uns aos outros, como trataríamos o próprio SENHOR, porque JESUS nos orienta: “Tudo o que vocês fizerem ao menor dos meus irmãos mais pequeninos é a MIM que vocês estão fazendo. E tudo o que deixarem de fazer ao seu semelhante é a MIM que vocês deixaram de fazer!
            Àqueles que não foram eleitos: não são menores e nem piores do que os outros: todos são iguais e têm o mesmo valor! Aliás, o preço de cada um de nós, é muito alto: temos o preço do Sangue de JESUS e de sua expiração na cruz, por nós e por cada um de nós!  

Alberto Grossi Teixeira (Betinho)
Alto Rio Doce / Secretário da Conferência São Francisco de Assis.

sábado, 20 de outubro de 2012

Ano da fé… Mas, o que é a fé?

Foi dada a partida. Já estamos no “Ano da Fé”.
Isso significa o quê? Qual o sentido e a importância desse evento? Por que isso agora?
São cinquenta anos da abertura do Concílio Vaticano II. E parece que a fé vem perdendo terreno para uma sociedade pouco espiritualizada, fortemente consumista. Há uma triste inversão de valores: o essencial é relativizado; o secundário, o supérfluo, o banal vão ganhando espaço.
O Papa Bento XVI nos lembra que este deve ser um ano de “reflexão e redescoberta da fé”. Tempo propício para que cada pessoa possa “reavivar, purificar, confirmar, confessar” a própria fé.
Para isso, espera-se maior empenho “na vida de fé, no conhecimento da Palavra de Deus, no encontro vital com a pessoa de Jesus Cristo em Sua Igreja, na formação da doutrina cristã, na incidência dos valores da fé na vida humana pessoal e social”. Esse ano deve se transformar numa “peregrinação nos desertos do mundo contemporâneo, em que se deve levar apenas o que é essencial”.
O deserto é uma referência à aridez, à falta de sentido da vida que se experimenta em nossa sociedade. ‘Levar o essencial’ faz lembrar o exagerado consumismo, o desejo doentio de posse, a ambição e a ganância de muitos. Carregamos nas costas um peso incômodo de coisas que não nos satisfazem e não nos realizam.
E como viver o Ano da Fé? Penso que o primeiro passo é procurar entender bem o que é a fé. Nossa compreensão é, muitas vezes, limitada. Seria, por exemplo, acreditar em Deus? Claro, mas isso é muito pouco. Veja o que diz São Tiago: “Tu crês que há um só Deus? Ótimo! Lembra-te, porém, que também os demônios creem, e tremem” (Tg 2,19). É acreditar no que não se vê e não se toca, não pode ser explicado? Também. A Carta aos Hebreus diz justamente isto: “a fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se veem” (Hb 11,1). É uma forma de tocar o que não se pode ver ou provar. Pela fé experimentamos a graça, a bênção, o perdão, a presença amorosa de Deus. Porém, ela vai além.
Seria um sentimento? Claro que sim. Mas não só. Experimentar emoção, chorar, sorrir, sentir o coração bater mais forte, tudo isso pode vir da fé, mas passa ou muda com facilidade.
É fazer parte de uma Igreja, de uma religião, ter uma crença, fazer preces? Também isso é sinal de fé. E é muito importante para a nossa vida.
Mas o que melhor expressa a fé se chama ADESÃO. Em se tratando da fé cristã, adesão à pessoa de Jesus Cristo e ao seu projeto: “Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça” (Mt 6,33).
É bom ter clara a força significativa dessa palavra. Adesivo é algo que cola. Como a ‘fita adesiva’, por exemplo. Então, ter fé significa “colar” em Jesus Cristo. Não desgrudar dele. Não abrir mão.
Saímos agora de um processo eleitoral. Muita gente ‘aderiu’ a um candidato, fez campanha, foi para a rua, para a internet, ‘comprou briga’, fez comícios, carreatas… Por quê? Pode até acontecer que alguns tenham feito isso por dinheiro ou interesses particulares. Na religião também acontece isso. Mas a maioria faz isso porque acredita na pessoa do candidato, em suas propostas, na causa que ele defende, no seu projeto, no grupo que está com ele.
Abraça a fé cristã quem acredita no Deus da Aliança, que se revela em Jesus Cristo. Acredita no seu projeto do Reino e em suas palavras expressas no Evangelho e em toda a Bíblia. Crê em sua proposta de vida, abraça a sua causa, procura “ter os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo” (Fl 2,5). Por acreditar em Jesus, procura viver o que Ele ensinou e faz de tudo para que Ele seja conhecido, amado e seguido. Não tem vergonha de falar sobre Ele, divulgar seu projeto, defender sua causa.
Na parábola da videira (Jo 15), Jesus repete cerca de dez vezes a palavra ‘permanecer’, para dizer que Ele é o tronco, nós somos os ramos e, que só vamos crescer, dar frutos, nos manter vivos, se permanecermos unidos a Ele e, por meio dele, aos outros. Portanto, ter fé é acreditar em Jesus Cristo, aderir ao seu projeto, viver sua Palavra, abraçar sua causa, testemunhar, anunciar, PERMANECER em sintonia com Ele.
O desejo da Igreja é que este Ano da fé fortaleça a nossa convicção, nos ajude a “descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé”; que nos deixemos “plasmar pela graça”, que intensifiquemos nosso testemunho de caridade, porque “a fé sem obras é morta” (Tg 2,26). Espera-se que participemos mais assiduamente e conscientemente da Eucaristia, busquemos mais a Palavra, e procuremos nos engajar em algum grupo de reflexão e de ação pastoral.
É a fé que pode suscitar e alimentar em nós a esperança de um mundo melhor. Mas não é qualquer tipo de fé que pode garantir isso. É o que dizíamos no hino do III Fórum Social: quando a fé se tornar compromisso, a esperança será verdadeira.
Pe. José Antonio de Oliveira

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Crismandos visita o Asilo

No último domingo (14), os crismandos de nossa paróquia fizeram uma visita ao Asilo em Conselheiro Lafaiete. Foi um momento de muita riqueza espiritual, selando com eles a ideia de caridade, que foi trabalhada em um dos encontros, que acontecem aos sábados. Foram levadas também, além da alegria dos jovens, algumas doações feitas pelos próprios e também de algumas pessoas da nossa comunidade. Sem dúvida, todos que nesta visita estiveram, não saíram com as imagens de tristeza e sim com as imagens de tantos sorrisos e tantos abraços dados por pessoas tão simples e tão cheias de amor. O momento faz parte da preparação final dos jovens para o sacramento da Crisma, que acontece dia 10 de novembro, às 19hs, na Matriz. Desde já toda a comunidade está convidada. 


Batizados. Cinco irmãozinhos enriqueceram nossa Família no dia 7 de outubro



 
 


Encontro Catequético


Houve uma tarde de reflexão no Salão Paroquial N. S. de Lourdes
com a participação de 50 crianças que estão no Acolhendo Jesus - Comunidade Centro
O encontro foi dirigido e preparado pelo vocacionado Harley. Tema: Eucaristia, pão vivo descido do Céu.
Teve com base o evangelho de João 6, 30 -35.
Duração -  das14 horas às 17 horas, muito agradáveis e abençoadas. divididas
entre oração, silêncio,  leitura orante do evangelho, reflexão, dinâmicas, pausa. um filme: Jesus e  Partilha  do Pão e um   desenho sobre Eucaristia e trabalho em grupo apresentados no final e oração final.
Claro que contamos com a aprovação e apoio de nosso  querido  Pe. José Antônio.
As catequistas Renildes, Carmen e Christina estiveram orientando a tarde e o ótimo apoio do trabalho do
catequista Jean, e esteve presente um adolescente do Preparai o Caminho I - Gustavo e uma mãe de duas crianças presentes no encontro e Tianinha nos deu seu apoio com a execução de um delicioso lanche.


 

 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Dia Nacional da Juventude


Com o tema: “Juventude e vida” e o lema: “Que vida vale a pena ser vivida?”, a Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Mariana se prepara para a realização do DNJ 2012, que ocorrerá no dia 28 de outubro, na cidade de Porto Firme, Região Mariana Centro. Nesse ano, o DNJ tem como objetivo geral, a partir do Projeto Nacional “A Juventude quer viver”, posicionar-se publicamente sobre temas que afetam diretamente  a vida da juventude, como também construir estratégias de participação e intervenção política nos diversos setores sociais organizados (governamentais e não governamentais), buscando mobilizar a juventude pela garantia de seus direitos.  Segue abaixo a programação do DNJ 2012:
07:00: Chegada e café da manhã
08:30: Acolhida e caminhada com a Cruz Peregrina da JMJ
09:30: Missa da Juventude
12:00: Almoço /Animação
14:00 – 14:30: Rodas de conversa I
14:30 – 15:00: Apresentações culturais I
15:00 – 15:30: Rodas de conversa II
15:30 – 16:00: Apresentações culturais II
16:00 – 16:15: Leitura da carta
16:15: Show de encerramento
17:00: Encerramento