sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

A vida se manifestou em nossa carne

Padre Adilson Couto
O que era desde o princípio, o que nós ouvimos, o que vimos com os nossos olhos e as nossas mãos tocaram da Palavra da Vida (1Jo 1,1). Quem poderia tocar a Palavra com suas mãos, a não ser porque a Palavra se fez carne e habitou entre nós? (Jo 1,14).

A Palavra que se fez carne para ser tocada com as mãos, começou a ser carne no seio da Virgem Maria; mas não foi então que a Palavra começou a existir porque, diz João, ela era desde o princípio. Vede como sua Carta é confirmada pelas palavras do seu Evangelho, que acabais de escutar: No princípio era a Palavra, e a Palavra estava junto de Deus (Jo 1,1).

Alguns talvez julguem que a expressão Palavra da Vida designe de modo geral a Cristo e não o próprio Corpo de Cristo que foi tocado pelas mãos. Reparai no que vem em seguida: E a Vida manifestou-se (1Jo 1,2). Por conseguinte, Cristo é a Palavra da Vida.

E como se manifestou esta Vida? Ela existia desde o início, mas não tinha se manifestado aos homens; manifestara-se aos anjos que a contemplavam e se alimentavam dela como de seu pão. E o que diz a Escritura? O homem se nutriu do pão dos anjos (Sl 77,25).

Portanto, a Vida se manifestou na carne, para que, nesta manifestação, aquilo que só o coração podia ver, fosse visto também com os olhos, e desta forma curasse os corações. De fato, o Verbo só pode ser visto com o coração, ao passo que a carne pode ser vista também com os olhos corporais. Éramos capazes de ver a carne, mas não éramos capazes de ver a Palavra. Por isso, a Palavra se fez carne que nós podemos ver, para curar em nós o que nos torna capazes de vê-la.

E somos testemunhas, diz João, e vos anunciamos a Vida eterna, que estava junto do Pai e que se tornou visível para nós (1Jo 1,2), isto é, que se manifestou entre nós ou, falando mais claramente, nos foi manifestada.

Isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos (1Jo 1,3). Prestai atenção: Isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos. Eles viram o próprio Senhor presente na carne, ouviram da boca do Senhor suas palavras e no-las anunciaram. E nós ouvimos certamente, mas não vimos.

Somos, por isso, menos felizes do que eles que viram e ouviram? Por que então acrescenta: Para que estejais em comunhão conosco? (1Jo 1,3). Eles viram, nós não vimos e, contudo, estamos em comunhão com eles porque temos uma fé comum.

E a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Nós vos escrevemos estas coisas, diz João, para que a vossa alegria fique completa (1Jo 1,4). Essa alegria completa encontra-se na mesma comunhão, na mesma caridade, na mesma unidade.

Dos Tratados sobre a Primeira Carta de São João, de Santo Agostinho, bispo

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Como Sonhei Ouvir Isso!!!


Há cerca de vinte anos, trabalhava na Paróquia São Pedro, em Ponte Nova, quando deparei com a história de um casal que, de acordo com as normas da Igreja, não poderia receber a Comunhão. Ao conhecer melhor a situação, achei que seria um absurdo negar a eles a Eucaristia. Não concordava. Consultei algumas pessoas do conselho paroquial, porque é sempre bom ouvir a Igreja, e disse a eles que, por mim, poderiam tranquilamente comungar. E fiz isso com toda serenidade.
Pouco depois aconteceu o mesmo com outro casal. E as pessoas que consultei, não da hierarquia, concordaram que eles também tinham o direito de comungar. A partir daí, por onde passei, tentei ouvir as pessoas que me procuravam, quase sempre angustiadas, e procurava oferecer mais palavras de conforto e de esperança.
Afirmava pra pessoa que a vida dela era muito mais que o fato de ser recasada ou não ter recebido o sacramento do matrimônio. E mostrava que o que faz alguém estar em comunhão com Deus e com os irmãos não é tanto a Hóstia, mas a vida que a pessoa leva. Tanto nas conversas particulares como nas reflexões e homilias, repeti muitas vezes que a comunhão não poderia ser vista como um prêmio pra quem é santo, mas como remédio e alimento pra quem precisa de força. Que Deus não ama só quem merece, porque, na lógica dele, quanto menos merece, mais precisa do amor.
Embora sempre tenha feito isso com a consciência tranquila, sabia que estava um tanto na contramão do ensinamento oficial da Igreja católica.
Qual não foi a minha surpresa ao ler, há poucos dias, justamente isto: (…) “Mas há outras portas que também não se devem fechar: todos podem participar de alguma forma na vida eclesial, todos podem fazer parte da comunidade, e nem sequer as portas dos sacramentos se deveriam fechar por uma razão qualquer. Isto vale sobretudo quando se trata daquele sacramento que é a “porta”: o Batismo. A Eucaristia, embora constitua a plenitude da vida sacramental, não é um prêmio para os perfeitos, mas um remédio generoso e um alimento para os fracos. Estas convicções têm também consequências pastorais, que somos chamados a considerar com prudência e audácia. Muitas vezes agimos como controladores da graça e não como facilitadores. Mas a Igreja não é uma alfândega; é a casa paterna, onde há lugar para todos com a sua vida penosa”. Ah, como eu sonhava ouvir isso!!!
Só que a surpresa não está no fato de encontrar essas palavras. Muita gente pensa assim. O bom de tudo, e que me deixou imensamente feliz e orgulhoso da Igreja, é que essas palavras foram ditas pelo nosso querido papa Francisco, não de improviso, no calor de alguma emoção, mas num documento oficial, em sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudim, no número 47.
Sempre pensei assim: se Jesus deu a comunhão para Judas, que o estava traindo, para Pedro, que o negaria vergonhosamente, para todos aqueles medrosos que o abandonaram; se acolheu uma mulher que já estava no sexto ‘casamento’ e a aceitou como missionária; se o Papa, ao ser interrogado sobre a questão da homossexualidade, afirmou claro: “quem sou eu para julgar?!”; se tenho consciência do quanto sou frágil e pecador, como posso ter a ousadia de julgar as pessoas e negar a elas o presente que o próprio Deus lhes oferece?!
Pena que, como diz ainda o Papa no número 6 da Exortação, “há cristãos que parecem ter escolhido viver uma Quaresma sem Páscoa”. Somos chamados a ser portadores da misericórdia de Deus, semeadores de esperança, promotores da vida e da alegria. Se as pessoas nos procuram com as suas feridas é porque esperam encontrar em nós um bálsamo, um conforto, um auxílio para a cura, e não palavras e atitudes que vão abrir mais a chaga. Se trazem a nós o seu pecado, é porque acreditam que encontrarão o perdão e a paz. Naturalmente, não se trata de banalizar o mal e o pecado, mas mostrar que cada um(a) deve assumir a responsabilidade por suas escolhas, sem deixar de espalhar a graça e a salvação.
O papa Francisco, com a sua Exortação, tão humana e tão cristã, consegue mostrar que realmente o Evangelho é caminho para a Alegria. Louvado seja Deus!!!
Pe. José Antonio de Oliveira

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Papa Francisco: "Avós, tesouro para a sociedade"


Papa Francisco: "Avós, tesouro para a sociedade"“Um povo que não respeita os avós é um povo sem memória e consequentemente, sem futuro”. Este foi o ensinamento proposto pelo Papa Francisco na homilia da missa celebrada na manhã de terça-feira, 19, na Casa Santa Marta.
O Papa comentou o episódio bíblico de Eleazar, o idoso que optou pelo martírio em coerência com sua fé em Deus e para dar um testemunho de retidão aos jovens. Diante da escolha entre a apostasia e a fidelidade, não teve dúvidas e pensou que seu gesto de coragem poderia ser um exemplo para os mais jovens:
“Vivemos numa época em que os idosos não contam. É triste admitir, mas nós os ‘descartamos’ porque incomodam. Os idosos nos trazem a história, nos transmitem a doutrina, nos mostram a fé e a deixam como herança. Como um bom vinho envelhecido, têm uma força interior que nos propicia uma nobre herança”.
Papa Francisco contou aos presentes que quando era pequeno ouviu a história de uma família de pai, mãe, filhos e um avô, que quando tomava sopa, se sujava. Incomodado, o pai comprou uma mesinha para que o idoso passasse a comer sozinho. Ao voltar a casa, à noite, este pai encontrou seu filho construindo uma mesinha de madeira. O menino lhe explicou que ela serviria ao pai, para quando envelhecesse como o avô.
“Esta história sempre me fez tão bem, toda a vida. Os avós são um tesouro. A memória de nossos antepassados leva à imitação da fé. A velhice às vezes é feia por causa das doenças e de todo o resto, mas a sabedoria de nossos avós é a herança que recebemos. Um povo que não resguarda e não os respeita não tem futuro porque perde a memória”.
Enfim, o Papa Francisco recomendou que pensemos nos idosos e idosas que moram em casas de repouso e também nos muitos anciãos que foram abandonados por suas famílias. “Eles são um tesouro para nossa sociedade”, frisou, pedindo:
“Rezemos por nossos avós e avôs que muitas vezes tiveram um papel heróico na transmissão da fé em tempos de perseguição. Quando nossos pais não estavam em casa, ou tinham idéias estranhas como as que a política ensinava naquela época, foram as avós a nos transmitir a fé. O quarto mandamento, lembrou o Papa, é o único que promete algo em troca: é o mandamento da piedade. Peçamos hoje aos velhos Santos Simeão, Ana, Policarpo e Eleazar a graça de proteger, escutar e venerar os nossos antepassados, nossos avós”.
Fonte: http://pt.radiovaticana.va/

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Oratório de Natal

Neste sábado (30) a comunidade da Paróquia Santo Antônio - Cristiano Otoni pode presenciar a belíssima apresentação dos irmãos e irmãs de Padre Viegas em Mariana, que pela segunda vez, nos emocionaram com seus dons. Nesta apresentação, podemos reviver o Natal do Senhor, entrando no clima do Natal. Lembrando que neste domingo, iniciamos o Advento, tempo de espera do Salvador. Parabéns a todos!






Neste domingo dia 1º de dezembro duas meninas foram batizadas