quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Francisco: as relações baseadas no amor fiel se aprendem e se vivem na família

A família é um centro de amor, afirmou o papa Francisco na mensagem ao primeiro Congresso Latino-Americano de Pastoral Familiar, que acontece no Panamá de 4 a 9 de agosto. O encontro tem como lema “Família e Desenvolvimento Social para a Vida Plena” e foi promovido pelo Departamento de Família, Vida e Juventude do CELAM.

“O que é a família?”, pergunta-se Francisco no início da mensagem. “Indo além dos seus problemas prementes e das suas necessidades peremptórias, a família é um ‘centro de amor’, onde reina a lei do respeito e da comunhão, capaz de resistir aos embates da manipulação e da dominação dos ‘centros de poder mundanos’”, responde. O papa acrescenta que, “no lar, a pessoa se integra natural e harmonicamente em um grupo humano, superando a falsa oposição entre indivíduo e sociedade”. Do mesmo modo, ele recorda que, no seio da família, ninguém é descartado: “Tanto o idoso quanto o bebê encontram acolhimento”. A cultura do encontro e do diálogo, da abertura à solidariedade e da transcendência tem na família o seu berço, afirma o papa.
A seguir, Francisco destaca duas contribuições primordiais na mensagem: a estabilidade e a fecundidade.
“As relações baseadas no amor fiel até a morte, como o matrimônio, a paternidade, a filiação e a irmandade, se aprendem e se vivem no núcleo da família”, afirma Francisco. Deste modo, quando essas relações formam o tecido básico de uma sociedade humana, elas lhe dão coesão e consistência. “Não é possível fazer parte de um povo, sentir-se próximo, levar em conta os mais afastados e desfavorecidos se no coração do homem essas relações básicas estão fraturadas, porque são elas que lhe oferecem segurança na sua abertura aos outros”, indica.
O amor familiar é fecundo, diz o papa, e não só porque gera novas vidas, mas porque “amplia o horizonte da existência, gera um mundo novo; nos faz crer, contra toda desesperança e derrotismo, que uma convivência baseada no respeito e na confiança é possível”. O pontífice reconhece que, diante de uma visão materialista do mundo, “a família não reduz o homem ao estéril utilitarismo, mas canaliza os seus desejos mais profundos”.
Por outro lado, Francisco afirma que, a partir da experiência fundamental do amor familiar, “o homem cresce ainda na sua abertura a Deus como Pai”. É que, na família, “reflete-se a imagem de Deus, que também é uma família em seu mistério mais profundo, e, deste modo, permite ver o amor humano como sinal e presença do amor divino”. Na família, acrescenta ele, a fé se mistura com o leite materno. A este respeito, ele põe como exemplo “esse gesto singelo e espontâneo de pedir a bênção, que se conserva em muitos dos nossos povos”, porque, segundo o Santo Padre, “ele recolhe perfeitamente a convicção bíblica de que a bênção de Deus se transmite de pais para filhos”.
Finalmente, o papa Francisco adverte que é importante encorajar as famílias “a cultivarem relações sadias entre os seus membros, a saberem dizer ‘desculpe’, ‘obrigado’ e ‘por favor’ uns aos outros e a se dirigirem a Deus com o lindo nome de Pai”.
Para encerrar a mensagem, o papa pede à Virgem de Guadalupe que “alcance de Deus abundantes bênçãos para os lares da América e os torne sementeiras de vida, de concórdia e de uma fé robusta, alimentada pelo Evangelho e pelas boas obras”. E, como é costume do papa argentino, Francisco também pede que rezem por ele.
(06 de Agosto de 2014)
Fonte: Zenit.org

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Grito dos Excluídos 2014 chama para a “Participação Popular” e ampliação de “Direitos”


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Será promovido, no dia sete de setembro, o 20º Grito dos Excluídos e Excluídas, que traz como tema: “Ocupar ruas e praças por liberdade de direitos”, temática que está ligada à Campanha da Fraternidade de 2014, “Fraternidade e Tráfico Humano”. O evento, que terá início às 8h, em frente à Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Congonhas, contará com a presença do Arcebispo de Mariana, Dom Geraldo Lyrio. Durante o encontro, serão trabalhados os eixos “Participação Popular” e “Direitos” cobrando mais atenção para os direitos básicos da população de baixa renda como terra e trabalho, educação e saúde, transporte e segurança e alimentação de qualidade, entre outros.
A Arquidiocese de Mariana também tratará, de forma especial, questões como o extermínio da juventude, a violência contra a mulher, o trabalho escravo, o direito à moradia e a defesa do meio ambiente tão maltratado pelo uso de agrotóxicos, construção de barragens e mineração devastadora.
Segundo o Padre Marcelo Santiago, coordenador da Dimensão Sociopolítica da Arquidiocese, a participação de todos é muito importante para o sucesso do evento. “Confiamos às nossas comunidades, a partir de seus presbíteros, das pastorais sociais, movimentos populares, sindicatos e associações, a organização de caravanas para o Grito dos Excluídos. Será muito bom que todas as paróquias, através de suas ‘forças vivas’ se façam representar”, exaltou Padre Marcelo.
Ainda segundo o Padre Marcelo, para agilizar o trabalho de motivação e organização do evento, é importante que as comunidades sigam alguns passos:
-         Procurem falar ao povo, sobretudo às lideranças paroquiais, sobre o Grito dos Excluídos – sua importância e do compromisso cristão latente ao abraçar essa causa em favor da vida, da dignidade do ser humano e compromisso com a sociedade do bem viver, do bem comum.
-        Mobilizem lideranças para participarem do Grito dos Excluídos, em Congonhas. Gritamos com todos e por todos, em comunhão com os esforços pastorais de nossa Igreja Particular de Mariana, comprometida com os afastados e excluídos.
-        Realizem, antes do dia sete de setembro, em suas comunidades, usando de criatividade, a celebração do Grito dos Excluídos, em comunhão com a Arquidiocese de Mariana, valendo-se dos eixos “Participação Popular” e “Direitos”. Não deixem de celebrar o Grito em sua comunidade paroquial.
-         Realizem, onde for possível, uma Assembleia Popular, com lideranças comunitárias (paróquia / cidade), aprofundando as temáticas do Grito e sua aplicação no contexto da própria paróquia, cidade e região.
-         Os vigários episcopais, através de suas regiões, auxiliem as paróquias, no que estiver ao alcance, facilitando a melhor representação de suas áreas pastorais na realização do Grito dos Excluídos.
“Sonhamos a construção de tempos melhores para o nosso povo, a partir dos mais pobres e excluídos, na linha dos debates da 5ª Semana Social Brasileira. Para isso é necessário entrar em campo, ‘ocupar as ruas e praças’, e participar, de forma patrioticamente ativa, nas decisões em prol de um Brasil mais justo, solidário, sustentável e fraterno”, finalizou Padre Marcelo.
Programação
Historicamente, o Grito dos Excluídos tem sido uma manifestação popular e espaço de animação e profecia. Sempre aberto e plural a pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos e excluídas.
Como indica a própria expressão, o Grito dos Excluídos constitui-se numa mobilização com três sentidos: denunciar o modelo político e econômico que, ao mesmo tempo, concentra riqueza e renda e condena milhões de pessoas à exclusão social; tornar público o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da miséria e da fome; propor alternativas ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social, com a participação ampla de todos os cidadãos e cidadãs.
Na Arquidiocese de Mariana, o Grito dos Excluídos contará com a seguinte programação:
8h – Acolhida e Concentração em frente à Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Congonhas. Primeiro eixo de falas: Participação Popular e Direito à Dignidade.
9h30 – Início da Caminhada para a Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos.
10h – Segundo eixo de falas: Moradia Popular e Meio Ambiente.
11h – Em frente ao Santuário/Basílica do Bom Jesus, no palanque: Terceiro eixo de falas: Extermínio contra a Juventude, sobretudo do negro; Violência contra a Mulher; Trabalho Escravo.
11h30 – Missa concelebrada, presidida pelo Arcebispo Dom Geraldo Lyrio Rocha.