quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Missão é servir. 


Neste mês de outubro, dedicado as missões, nossa paróquia se mobiliza através de pequenas iniciativas missionárias. Com o intuito de promover uma Igreja em saída e de assumir o compromisso cristão, de ir ao encontro de todos, estão sendo realizadas visitas às famílias de nossa comunidade paroquial. Uma "equipe visitadora", formada por alguns agentes de pastorais, busca marcar presença na vida dos irmãos e irmãs. Além da presença junto as famílias, os missionários rezam e pedem a Deus a benção para a casa, local de trabalho, enfermos... por onde eles passam. Rezemos para que este trabalho possa ser frutuoso.  

E para ajudar na reflexão sobre o mês dedicado as missões, vale apena ler o artigo escrito pelo Pe. Edmar José da Silva- pároco da Paróquia de São Sebastião em Itabirito. 

FAZER MISSÃO OU SER MISSIONÁRIO?


A conferência de Aparecida colocou em evidência os temas do discipulado e da missão, mostrando que a verdadeira experiência de encontro com Jesus Cristo, necessariamente leva a uma postura missionária. Não é possível ser discípulo de Jesus Cristo sem ser missionário.  A conferência de Aparecida convida toda a Igreja a orientar-se, com decisão e urgência, para a missão. Todo o povo de Deus deve se sentir discípulo missionário de Jesus Cristo, cada um no estado de vida que escolheu e no serviço que lhe foi confiado.

Num passado bem próximo, quando se falava em missão, pensava-se logo num grupo de padres ou religiosas que vinham de outras localidades para movimentar espiritualmente as paróquias e comunidades cristãs. Dentro desta perspectiva, a missão tinha local e dia marcado para começar e terminar. Ser missionário era considerado quase um privilégio espiritual de um pequeno grupo que se sentia previamente preparado para esta tarefa. Hoje, graças a Deus, mudou-se a visão: ser missionário é dar testemunho de Jesus Cristo, é iluminar o mundo com o sabor de Deus, é pregar e viver os valores humanos e cristãos,  é estar a serviço do Reino em todo lugar e em qualquer tempo. Neste sentido, todo cristão batizado é, por natureza, um missionário.

Ampliando o conceito de missão e missionário, ampliou-se também o conceito de terra de missão. Antigamente, quando se falava em missão, pensava-se logo em lugares distantes, desprovidos do primeiro anúncio do Evangelho. Hoje, entendemos que todo lugar é terra de missão e que devemos exercê-la no lugar onde Deus nos colocou. Como afirmou um sábio: “Devemos florescer onde Deus nos plantou”. Evidentemente, muitos homens e mulheres de boa vontade ainda têm a vocação da missão chamada “ad gentes” (lugares distantes e desafiadores), mas a maioria dos cristãos é chamado a fazer missão nos lugares que já receberam o primeiro anúncio, mas que precisam ser reevangelizados.

São muitos os obstáculos que o cristão deve enfrentar para viver como autêntico missionário. Por incrível que pareça, o primeiro obstáculo que deve superar não se encontra fora, mas dentro dele mesmo. Ser missionário significa vencer o egoísmo, o comodismo, o egocentrismo, a tendência a ser o centro de tudo e de todos.  Ser missionário é sair de si mesmo, é ir ao encontro do outro, é colocar-se numa atitude de disponibilidade e serviço, por isso, pressupõe superação de todos aqueles entraves internos já citados, tão difundidos na nossa cultura atual.  

Outro obstáculo que o cristão enfrenta para ser um verdadeiro missionário é a dificuldade para lidar com o imprevisível, com algo que não foi previamente estabelecido e programado. Isso porque ser missionário é exatamente saber lidar com o imprevisível, é livrar-se da programação pré-estabelecida, é abrir-se ao novo, é estar disposto a enfrentar situações antes nunca encontradas, mas que trazem consigo grandes riquezas.  Como se percebe, é ainda um obstáculo interno.

Outros obstáculos estão mais ligados aos aspectos externos, mas que são facilmente contornados. Na perspectiva da fé, quanto mais desafiadora for a realidade da missão, mais enriquecedora será para o missionário. Não raramente encontramos missionários que dão testemunho de dificuldades encontradas na experiência da missão cotidiana que, ao invés de levá-los ao desânimo, pelo contrário, serviram de motivação para continuarem no caminho de seguimento a Jesus Cristo. Estes entenderam que o cristão não apenas faz missão esporadicamente, mas deve ser missionário. Missão não é somente questão de FAZER, mas de SER.


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